Enfim, porque pedes à mim cantos felizes
Se não podes vasculhar meu ontem de sonhos?
Tantos colibris, panapanás, cores e matizes
Hoje disfarço meus lápsos em risos tristonhos.

Seria bom iludir-me com as quimeras de outrora
Mas não sou fugaz... Minhas verdades me despem
Sou aquém do que fui e além do que sou agora
Ilusões de jardins suspensos que ainda florescem.

Mas da minha melancolia faço versos em desvelo
Da lástima da alma o moinho da sagrada poesia
Então a brisa ainda toca os cachos dos meus cabelos.

Portanto se pede-me versos risonhos, não os tenho
Mas ofereço-te meu coração no doce da ambrosia
E se há algum amor para colher, este eu retenho!
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 23/12/2017
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