IMPIEDADE

Amai-te tanto e com grandioso zelo...

Com tamanha ternura dei-te o universo!

Que por querer-te não aguei as flores

Em terras infecundas, jazem meus versos.

Porque então, cruel, ofereceste-me a boca

Para tão depressa negar-me teus beijos?

Se não era para acalentar meus anseios

Porque então, despertar em mim desejos?

Foste impiedoso com minha louca entrega

Mostra-te-me o céu de luar e estrelas...

Para depois abandonar-me à escuridão

Hoje versejo só melancolias e solidões...

Em desalento canto tal qual o pobre uirapuru

Mataste em mim os sonhos. Sou desolação!

Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 18/12/2017
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