A FORÇA DO POEMA
Há dias terríveis em que não há a luz do sol
Calou-se na boca o riso e na alma a alegria
Varre o vento suas folhas no quintal à revelia
E nos dedos escondeu-se, desolada, a poesia.
Dói o corpo pela carência ausente doce do amante
Tornam-se secas as artérias sem sangue ou amor
Do prazeroso passado nada mais é como era antes
Nem mesmo mais a sombra da primavera em flor.
Ei de cantar os versos céticos da paixão fingida?
Ou ensaiar a peça dos tolos que jamais será vista?
Continuo a escrever estes versos mortos em vida?
Pois direi que sim !__ Visto ser o poema mais forte.
Tem asas de cobre e pés reluzentes da fina prata
Dias sem sol, mas de verso pertinaz como a morte!