SONETO – POR ESTAR BÊBADO
SONETO – POR ESTAR BÊBADO
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
Tudo roda, menos minhas mãos um pouco inseguras,
Num astral um tanto aéreo, estranho e zonzo,
Perturbando a tudo por se imaginar nos cumes das alturas,
Porquanto as passadas cambaleiam com sintomas longos.
Em um não tão ruim, a aguentar um tango dançando,
Patinando, ou dedilhando nas garrafas que estão puras,
A ponto grogue de fazer cair, parecendo um orangotango,
A tudo se intrometendo, alterando, como paquiderme a ferradura.
Das medidas das doses exageradas a bebedeira que deixa zureta,
Por ainda ao recenseamento, aparentada a uma estonteante ressaca,
Na cura de um novo porre, até intervir a indesejável enxaqueca.
Que na figuração a some, pelo vício que a tudo maltrata,
Como decadentes ou inalterados, são os bêbados fazendo suas caretas,
A destruição insolente induzido ao gole da dose que a vontade a constata.