SEMIARIDANO
Quando a chuva se mostra no nascente,
alegrando a roseira na montanha,
faz feliz toda a terra que se banha
no prazer mais altivo, ao sol poente.
Toda angústia sofrida por quem sente
o massacre da seca que, tamanha,
se avoluma na vida de quem ganha
seu sustento com chuva: seu presente!
Quando a chuva, cantando no telhado
seus acordes ressuscitando o gado,
despertando o açude que morria
não sacia somente a fome, posto
que consola o roceiro em cujo rosto
muda o gosto da lágrima que escorria.