Deus do Céu
É fala comum que a vida nos prega peças,
Que o destino pode fazer-se mui cruel,
Que somos indefesos debaixo do céu,
Que a jornada pode mostrar-se às avessas.
E fico a pensar: por que tem que ser assim?
E a matutar: de onde vêm os enganos?
Por que insistimos sempre, traçando planos,
Se pode o acaso a tudo varrer no fim?
E pego-me em devaneio, olhando estrelas,
Contemplando a lua, e qual pudesse ela,
Por fim à minha dorida indagação...
E eis que de súbito surgem mil centelhas,
N'ondeado rastro da cadente mais bela,
Doando certeza e paz ao meu coração...
Manhuaçu, MG, 30 de setembro de 2017.