A Lagartixa
Irrequieta, corre, para e espicha
O pescoço, perscruta um mundo mudo,
Com suas pernas finas, tal canudo,
E corre balançando a rabicha.
O corpo carrasquento como lixa,
Vitimada por um sol carrancudo,
Desatenta responde sim a tudo
E ao mínimo perigo se anicha.
Agora , imaginemos o sufoco,
Já que de ruim tudo tem um pouco,
Entre as estrepolias dessa bicha...
Entrando-lhe pela calça apertada,
Ou por debaixo de sua saia rodada,
O que farias dessa lagartixa?
Nossa Senhora do Socorro – Sergipe,
05/ 09/ 2017
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Agradeço a participação especialal do Poeta Jota Garcia, que com sua generosidade enriquece minha caminhada.
Lá no fichário entre tantos temas,
Vai o poeta, escolhe uma ficha,
Qualquer assunto não lhe é problema,
Hoje pinçou o tema "lagartixa".
Qualquer outro recolheria a pena,
Diante de assunto tão desusado,
Com cuidado imaginou a cena,
E as formas do animal focalizado.
O modo como balança a cabeça,
Parecendo que dá uma resposta,
De um jeito que todo mundo gosta...
Até a pele com rugas de ameixa,
As pernas finas e o rabo comprido.
Tudo citou, nada foi esquecido.