DESPEDIDA
DESPEDIDA
Ah! se pudera, essa vida, sim, ser eterna?
Noutros tempos, outro céu, sem a dor,
Me despediria, dessa, que me governa,
Dos falsos beijos, abraços, o falso amor.
Sei, que a vezes, a dor é breve, passageira,
E, que a lápide, fria, que descreve meu nome,
É duradoura, e, as lágrimas derramadas, ligeira,
Que, o verme que me aguarda, ora, me consome.
Mas, mesmo, com os olhos d'água, vermelho,
Com essa face, disputando o tempo no espelho,
Deixaria essa vida, que é apenas, carnal…
Buscaria essa outra, eterna, fábula, sideral…
Deixaria para trás, os olhares, os conselhos,
Navegaria nos mares, do céu, sem sinal?