POÇO PARNASIANO
Senti que as pálpebras se encolheram
E já num abismo me encontrei imerso...
Se não nadar ao cimo do meu verso
Posso afundar nos versos que escreveram.
Não quererei! Tenho meu próprio poço
De água doce, um poço artesiano...
Melhor que a foça suja de Fulano
Onde tem versos livres de Seu Moço!
Quero a caneta! A água está na beira!
Quero um papel! Assento-me à cadeira
E com o balde puxo a inspiração...
Verso por verso sai, e eu me sacio,
Beber de água pura é um desafio
Como acertar na metrificação.