AMOR
Amor , a que devo espera e alimento,
Amor que cantado sempre se esquiva,
Amor, que no tempo se deve à sua vida,
Amor,que parte é dor e outra é momento.
A morte ronda os pares amorosos,
Com foice e cerca a lograr o tempo,
Algoz indiferente ao passo lento,
Transformando o gosto em desgostos.
Por saber que da glória o tempo é vento,
Por viver da vida dias entrepostos,
Por receber da tarde ar sedento,
Transformarei os tempos bem dispostos
Em prazer, puro agrado ao sentimento,
E à solidão dou desconcertos opostos.