O PORTO
O PORTO
Chego ao porto, depois de uma grande jornada,
Trago meu corpo, cansado, arrastando nas águas,
Também vem comigo, uma pobre alma, diluída,
Carregada de desgosto, cheia de dor e mágoas,
Eu navegante, nesse mar denso, alma desolada,
Alguns pesadelos tensos, outros, sonhos findos,
Talvez você não seja, a pretendida, aquela amada,
Que, nos pesadelos, era só sorriso, dias lindos…
Por que, escondes as presas e o olhar de serpente,
Cantas, esses cantos, como encantos de uma sereia,
Exalas o perfume, esse aroma de sexo, que semeia...
Por que, aguardas, no porto, meu corpo inocente,
Como dama da noite, olhar fatal, tão indecente,
Como quem intervem, na alma, no corpo, permeia…