CIPRESTE

Onde espero a mudança desta via,

o indiferente escarnece o temor.

Espreito, quero , meço a agonia,

Que laça e passa do fantasma a dor.

Há um pulso estranho através do tempo,

Riso farto ao relento sem esteio,

Um gesto reto, dividido e inteiro

Traça o rosto infinito do momento.

Tudo se opõe no mapa colorido.

De sul a norte, de oeste a leste,

Cai a chuva e aquece o sol dorido.

A ironia cultiva o preço agreste:

À vida dá o efêmero das rosas;

à morte, o duradouro do cipreste!

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 20/06/2017
Reeditado em 20/06/2017
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