CIPRESTE
Onde espero a mudança desta via,
o indiferente escarnece o temor.
Espreito, quero , meço a agonia,
Que laça e passa do fantasma a dor.
Há um pulso estranho através do tempo,
Riso farto ao relento sem esteio,
Um gesto reto, dividido e inteiro
Traça o rosto infinito do momento.
Tudo se opõe no mapa colorido.
De sul a norte, de oeste a leste,
Cai a chuva e aquece o sol dorido.
A ironia cultiva o preço agreste:
À vida dá o efêmero das rosas;
à morte, o duradouro do cipreste!