O POETA DO LIXO

Saibam que este poema para o lixo escrevo,

O rasgarei depois de tê-lo escrito à mão!

Serviu para gritar a voz do coração,

Mas vejo que guardá-lo é sempre vão, não devo!

Eu não fiz para tê-lo como obra-prima,

Para dizer ao mundo que é meu -- não quero!

Meu destino é traçado e dele nada espero,

Não me envaidecerei com tanto verso e rima...

Quantos poetas vejo, tantos corajosos

Que expõem sua obra, e que são orgulhosos

Por vê-la, em verdade, relegada aos bichos...

Não sou este coitado, pois escrevo e amasso!

E para a burguesia nenhum verso faço,

Prefiro muito mais autografar pro lixo!

Jackson Viana
Enviado por Jackson Viana em 18/06/2017
Código do texto: T6030387
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.