CORAGYPS ATRATUS (Do Brasil, Corruptos a tratos)
Devoram toda a carne e o organismo nutrem,
Beliscos e beliscos, morde, puxa, arrasta...
Até que restem ossos, nada é muito ou basta.
Banquete a "la Brasil" prum festival de abutres.
Podres pés a cabeça, mau-cheirosos, vis,
Ninguém os chama, os quer, mas lá estão: servis!
O sol não lhes afeta; a carne assa, torra...
E, de bebida, o sangue que da presa jorra.
O povo averso às aves que não são do zoo,
Lhes pede pra sair, mas não levantam voo
Até estar toda a carniça devorada.
E os ninhos – com o asco que nos hão causado! –
Não sei no mundo quem os há intitulado:
Palácio Jaburu, Palácio da Alvorada.