LUZ
A luz do dia canta em ampla calma,
Boceja indiferente, água de mina!
Não pede palco, aplauso e cortina,
E brilham em ti os olhos e a alma,
É assim a vida reta e sem usura
Pede o simples, a água limpa e o pouco,
No ar o grito para ouvido mouco,
E beleza para procura pura.
Fio de luz tecendo fina renda,
Terra umedecendo em amor: semente!
Árvore oferecendo a doce tenda,
Para o sono que abraça o ser que o sente!
O mundo em glória, feito sem contenda,
Desejo de tua vida que não mente.