DESPERTO…
Perpassa por mim uma brisa leve,
Breve traço nas árvores sibilantes…
Só o sonho sonhado não deve,
Das madrugas as suas inebriantes
Sombras, ocaso das trevas inúteis,
Quando acordo e o que era deixou
De o ser… tal qual cousas fúteis…
Organdi e seda, que em mim ficou.
E já desperto do sono, bocejando,
Enfim, saio à rua para tomar o meu
Café da manhã… a tosse piorando,
A cada dia que passa… resto eu…
E o que seria de mim sem a poesia
Sem amor cingindo forte meu peito,
Acaso teria graça o frescor do dia
Ou a noite, quando nela me deito?
Jorge Humberto
07/08/07