Soneto 120
Soneto 120
Sou das almas no mundo a menos crente
bebo o inimigo sangue, um grande copo
ao mal me consagrei, nele eu me topo
a menos do cinismo meu aqui ausente.
Meu caminhar velho é, mas inclemente
se cumpri, enquanto pude, meu bom voto,
na luta cotidiana ao bem eu noto
o trilhar ao universo se reinvente.
No rio de ilusões da vida eu remo
desesperançosa é a minha triste ilha
no desamor profundo eu grito e temo.
E se a linha vital a Parca corta
no meu caminho vão sem falsa pilha
eu sou alma de mistérios por fim morta.
19/03/2017