Soneto 120

Soneto 120

Sou das almas no mundo a menos crente

bebo o inimigo sangue, um grande copo

ao mal me consagrei, nele eu me topo

a menos do cinismo meu aqui ausente.

Meu caminhar velho é, mas inclemente

se cumpri, enquanto pude, meu bom voto,

na luta cotidiana ao bem eu noto

o trilhar ao universo se reinvente.

No rio de ilusões da vida eu remo

desesperançosa é a minha triste ilha

no desamor profundo eu grito e temo.

E se a linha vital a Parca corta

no meu caminho vão sem falsa pilha

eu sou alma de mistérios por fim morta.

19/03/2017

Leandro José Ferreira
Enviado por Leandro José Ferreira em 28/03/2017
Código do texto: T5954516
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