HIC ET NUNC
Apalpo o cheiro rarefeito do universo,
e meus pés tocam a terra que cresce ,
sendo pequena em meus braços.
Tenho o tamanho do que sou na vastidão.
Estou em mim como no abraço do quintal da infância:
sou flores e frutos da verdade,
colhidos na pequena cidade cercada de silêncio.
O estranho e a amplidão se fazem
na avessa pequenez que nos sussurra:
"Fique, amealhe seu viver.
Aí soa o sol, alumbra a lua, chama a chuva, varre o vento,
que faz de luz seu peito ,
que lhe diz da verdade vestida em fantasia.
Aqui quero ser e estar.
Sendo tudo natural,
cresça-me a planta,
e cante-me a lida,
e arda-me o fogo,
e inunde-me a água:
leveduras, germens, fermentos da vida!