Ausentes

Existe em minha vida dor algente.

Daquelas que cortando, pica e arde,

Sem se incomodar, sendo cedo ou tarde,

Para essa dor, doer é sempre urgente.

Dores desta minha alma impenitente,

Que não anda, não gera e é cobarde,

Ainda assim propaga com alarde,

Qualquer seu atributo inconsequente.

Em meu sangue há o azedume do zinabre,

Confrangendo-me a artéria que não abre,

Com a dilatação do sol poente.

É a dor dos que foram sem ter vindo.

Dos que não existiram, existindo,

De quem vivendo aqui foi sempre ausente.

Aracaju Sergipe, 30/ 01/ 2017

Um Piauiense Armengador de Versos
Enviado por Um Piauiense Armengador de Versos em 18/02/2017
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