O PRIMERO SOPRO

Nas fímbrias do tempo estagnado

Nas frestas que a madeira expõe

No chão liso de madeira encerado

Nas janelas onde o vaso se põe

Na íris da janela mostrando roupa

Nas varandas penduradas ao vento

Na voz que gritando até ficar rouca

Nos mostra que ainda há o alento

É que faço esta minha cantiga amiga

Sem grilhões nem saudosismo

Palavra ao vento levando minha vida

Por esses cantos imensos do mundo

Onde o que reina cerce o fascismo

Cortou e formou o primeiro segundo.

Jorge Humberto

31/07/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 01/08/2007
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