Após o perdão

Quando após perdão não há ressentimento

e há olhos nus do ódio, despidos de ira,

a mágoa se escoa na derradeira

Lua da vã melancolia e o vento

sopra um pé de vento, em dança de alegria

que abre um caminho sem rasgar estrada

da que foi besta em vida e desastrada,

ou mula sem cabeça que a noite rugia,

mas dessa besta fera que ainda sente ódio

é que surge a ação sem parafuso ou rosca,

que faz alma sentir-se ignóbil e tosca;

vingança irrealizável pela intenção

subjetiva e torpe onde não há perdão,

que consiga sangrar ódio que amor ofusca.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 12/12/2016
Código do texto: T5851496
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