Remorsos
No esmero delineado e no remate
Do eterno condensado num segundo,
Sendo a veia do tempo a que mais tate,
O espaço que nos separa é mais profundo...
Se por ti me construísse em toda a parte
E toda a parte partisse cá do fundo,
Ganhava a dimensão que tem a arte;
Mas perdia a noção de estar no mundo.
...Olhares que não trocámos, meu amor!
palavras que ficaram por dizer!...
No fundo, o meu tormento, a minha dor;
Angústia que me acompanha até morrer.
Dilui-se entre montanhas o eco do clamor;
Adensam-se remorsos de tudo por fazer.