Eu não sou aristocrata;
também não sou plebeu;
trato bem quem me bem trata
e nunca fui mais do que eu.
Dizem que tenho na voz,
um travo que tem nobreza;
Mas, aqui só entre nós,
não tenho tanta certeza
Mesmo assim, se me envaideço,
o que de resto me espanta!
penso nisso e reconheço,
que afinal, é só garganta...
Pois este travo consiste
num ar sério, que me faz sentir
pessoa que sabe sorrir,
«sem ser alegre nem triste»
Foi por ela que logrei o dom de ubiqüidade: tropecei nela e caí em mim
sfich
-----------------------//---------------
COMO TER DIREITO
Posso falar, de fato e nunca nego,
Do que existe dentro do meu peito,
Sei que até me dou este direito,
Apenas não me dou como lhe pego.
Direito e fato que de fato rego,
Por isso mesmo muito satisfeito,
Ter como meu direito o aceito,
Se não me dê direito o renego.
Quero me dá, mas não botar no prego,
Tão logo este direito, não me entrego,
Exijo este direito mesmo assim.
Sem ver este direito fico cego,
E sem vê-lo direito no meu ego,
Tropecei nele e caí em mim.
Tendo como inspiração os versos do poeta Lusitano, sfich.
João Pessoa - Paraíba - Brasil, 26-08-16
Fernando cunha lima