Há em mim uma voz que não pode calar!
Minha voz é muda, não a ouvem nas praças
Grito-a mudamente, um canto alto sonante
Em cada verso, em cada palavra que risco no papel!
Nas madrugadas, quando todos dormem, eu grito!
Milhares de notas saltam sobre mim...
Nelas vejo o contorno da solidão que sinto
Ou da euforia_ Ambivalência do meu eu dividido.
Não as grito, as palavras, para que todos ouçam
Grito-as para desafogar meu ser do medo que as vezes sinto
São versos simples, aleatórios, mas que me libertam!
Sinto que para gritar esse canto, vim ao mundo
Meu eu desassossegado me convence desse fardo, ou benção
Não peço que me entendam. Mas espero que ouçam a poesia...!