OUTONO

Da névoa do limite tracejado

Goteja a água densa da incerteza,

Na imagem desfaz-se a realeza

Do quando, por que e como ser amado.

Sem isenção, questão, passo pesado,

Nos céus escuros cala a leveza,

Não mastiga a terra a aspereza

Do adormecido solo ressecado.

Porëm a vida e o verbo reverberam,

Compondo os sonhos em linha sinuosa,

Em fartos aromas desenham e esperam

Ter a fruta mais doce e perigosa

Crescida nos pomares que festejam

O outono em sua cor tão orgulhosa!

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 05/12/2016
Reeditado em 06/12/2016
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