A rua, hoje, está introspectiva e sombria
Adornada de saudade, tristezas e dores
Trafego por ela, não menos vazia de alegria
Meus vestidos negros, pelo chão rastejando.
Pernas dolorosas, face quente e febril
Vou em busca de uma bebida que me anestesie
A alma, sangrada pelo teu amor vacilante
Que plantou em mim sonhos e fugiu. Covarde!
Uma fumaça sobe do beco onde cantam os bêbados
Alheios à mim, alheios à vida, distantes de si mesmos
...E eu, que á muito fui alienada dos teus beijos?
...E a rua, tenebrosa e tão cheia de silêncios
Prescruta minha lágrima que desce, imaculada.
Nem mesmo sei se pranteio por amar, ou
por não ser por ti amada.