MEDO
Toda noite com medo, assim, divago
ante o medo cruel que nunca dorme...
No meu peito dorido um medo enorme
que me inunda de medo como um lago.
O medo é meu amigo e nele vago
com passadas de medo, olhar disforme.
Tenho medo que o medo me deforme
e com medo do medo me embriago.
Por que é que esse medo assim me envolve?
Por que é que em meu peito se revolve?
Por que é que esse medo assim se adunca?
Esse medo é tão vil, não se remove...
Tanta dor causa em mim, não se comove...
Sei que o medo em mim nunca morre. Nunca!