REVELAÇÃO
As águas correm duras por minha alma.
Um rio em pedras finas e afiadas
Reveste a dor das lágrimas salgadas,
Que rolam mudas,tocam minha palma.
Assim calada, nesta ânsia calma,
Eu quebrarei as curvas tão fechadas
Desses mistérios. As dores declaradas
Não conterão o peito de vivalma.
Assim em curso de sol, de certeza,
mãos peregrinas regerão o cantar
e ordenarão a chuva em pleno ar,
Revelarão a cor da crua beleza.
Embriagará qualquer sutil penar
O vinho, epifania no lagar.