REVELAÇÃO

As águas correm duras por minha alma.

Um rio em pedras finas e afiadas

Reveste a dor das lágrimas salgadas,

Que rolam mudas,tocam minha palma.

Assim calada, nesta ânsia calma,

Eu quebrarei as curvas tão fechadas

Desses mistérios. As dores declaradas

Não conterão o peito de vivalma.

Assim em curso de sol, de certeza,

mãos peregrinas regerão o cantar

e ordenarão a chuva em pleno ar,

Revelarão a cor da crua beleza.

Embriagará qualquer sutil penar

O vinho, epifania no lagar.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 06/11/2016
Reeditado em 04/08/2017
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