O Enforcado
Não se sabe até aonde a vida vai,
Nem aonde vai a dívida da vida,
Quase sempre uma história vã comprida,
Que sem objetivo algum se esvai.
Na depressão do dia a dia lhe cai
Uma dúvida imensa desprovida
De lastro e como que desprevenida,
A alma débil do corpo se distrai.
Brota e brada dai o desespero,
Numa invisível dor em destempero,
Na aorta de um coração perdido e lasso.
Esquivando-se liso tal quiabo,
Aporta sorrateiro o coxo diabo,
Põe-lhe ao pescoço a corda e aperta o laço.
Aracaju Sergipe, 27/ 0ut/ 2016