CONTRIÇÃO
O sentir pungente do arrependimento
Aflora em meu peito um versejo triste
De lânguida dor que o mundo assiste
Nos rastros frementes do meu lamento.
Era tão pulcra, lívida e bela
A musa dos sonhos que leve tocava
As rendas mais finas de cinderela
Que até a brisa ao passar se abrandava.
Hoje, distante da suprema harmonia
Do teu destino que é minha alma.
Abro rotas taciturnas sem minha estrela-guia.
Contemplando o rito da natureza calma
E os pássaros em seus frouxéis de ninho
Visualizo as manhãs e nossos lençóis de linho.