CONTRIÇÃO

O sentir pungente do arrependimento

Aflora em meu peito um versejo triste

De lânguida dor que o mundo assiste

Nos rastros frementes do meu lamento.

Era tão pulcra, lívida e bela

A musa dos sonhos que leve tocava

As rendas mais finas de cinderela

Que até a brisa ao passar se abrandava.

Hoje, distante da suprema harmonia

Do teu destino que é minha alma.

Abro rotas taciturnas sem minha estrela-guia.

Contemplando o rito da natureza calma

E os pássaros em seus frouxéis de ninho

Visualizo as manhãs e nossos lençóis de linho.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 24/09/2016
Reeditado em 24/09/2016
Código do texto: T5770967
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