Desafinado
Meus timbres estão desafinados,
Como a guriatã tirando o choco,
Parece-me um som de um ouvido mouco,
Reproduzindo loa de pés quebrados.
Apenas tristes sons desencontrados,
De cabeça vazia e peito oco,
Que se debatem em grades feito louco,
No manicômio dos apaixonados.
Preciso refazer a simetria,
Modulando a amplitude da alegria,
Na sequência divina do forró...
Eu desafino até batendo palmas,
Na dança ajuntaremos nossas almas,
Na escala: Mi, fá, sol, ré, si, lá, dó.
Aracaju Sergipe, 12/ 11/ 2016