Po(RR)esia

Na mesa da mente a poesia debruça,

Soluça na cadeira dura do passado,

E requentado verso na entrelinha aguça,

Esmiúça todo o sentir ali encontrado.

E na profundeza do seu ser, o poeta,

Atleta da imaginação, então se embebeda,

Arreda a poeira de forma discreta,

Espeta-se em cacos, num lembrar se envereda.

Em taças acontecidas, corpos e bocas,

Loucas aventuras e sem mais esperanças,

Lança-se além-madrugada, tonto em lembranças.

Resta-lhe saudade, a garganta agora é rouca,

Pouca alegria, grogue, a caneta escorrega,

Não nega a tal po(RR)esia de alma bodega.

Uberlândia MG

Instagram: @raquelordones

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 28/08/2016
Código do texto: T5743081
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