COMO TER DIREITO

Posso falar, de fato e nunca nego,

Do que existe dentro do meu peito,

Sei que até me dou este direito,

Apenas não me dou como lhe pego.

Direito e fato que de fato rego,

Por isso mesmo muito satisfeito,

Ter como meu direito o aceito,

Se não me dê direito o renego.

Quero me dá, mas não botar no prego,

Tão logo este direito, não me entrego,

Exijo este direito mesmo assim.

Sem ver este direito fico cego,

E sem vê-lo direito no meu ego,

Tropecei nele e caí em mim.

Tendo como inspiração os versos do poeta Lusitano, sfich.

26-08-16

«Mediania

Eu não sou aristocrata;

também não sou plebeu;

trato bem quem me bem trata

e nunca fui mais do que eu.

Dizem que tenho na voz,

um travo que tem nobreza;

Mas, aqui só entre nós,

não tenho tanta certeza

Mesmo assim, se me envaideço,

o que de resto me espanta!

penso nisso e reconheço,

que afinal, é só garganta...

Pois este travo consiste

num ar sério, que me faz sentir

pessoa que sabe sorrir,

sem ser alegre nem triste

-

Foi por ela que logrei o dom de ubiqüidade: tropecei nela e caí em mim»

Fernando cunha lima
Enviado por sfich em 26/08/2016
Reeditado em 26/08/2016
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