Porto
Pensei que não se aportasse na cidade
Por falta de amarras ou de molhe
Às vezes o preconceito que nos tolhe
Também nos turva a vista e a vontade
Afinal, há molhe e amarras; E há mais:
Há um cais que se estende; Porto sem fim!...
Do tamanho dos remorsos que há em mim
Porque todos os remorsos são iguais
Um dia hei-de chorar... chorar contigo...
(Ainda que inundemos a Ribeira)
À proa dum rabelo sem abrigo,
de coração partido e alma inteira
Eis um desígnio mais, e que eu persigo,
Até aportar no cais à tua beira.
Joana
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É mesmo uma honra, quando, por força de rara generosidade, vemos gente em ponto grande, como é o caso do poeta fcunha lima, dignar-se interagir connosco!..
É assim o médico poeta que inventou o estetoscópio para sonetos
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ao seguir o teu mote sfich , poeta maior.
PORTO INSEGURO
No teu porto, pensando ser seguro,
Joguei a âncora, me fixei demais.
Preso as amarras firmes em teus corais,
Ultrapassei pilastras e os muros.
Por ser a noite ancorei no escuro,
Os cantos que escutei foram meus ais.
Falsas juras de não voltar jamais.
Eram tuas promessas de um futuro.
Crente e ainda bem mais inseguro.
Tuas falsas verdades eu censuro.
Solto as cordoalhas e vou atrás
Levando o meu amor que era puro.
Em novas ventanias me aventuro.
Na triste busca por um novo cais.