Deveres com o corpo
Os deveres com o corpo e a preservação
da natureza humana, quando lapidada,
exige disciplina e fim da compulsão
cuidado com saúde a cada madrugada;
exige suportar profunda frustração
sem sentir que a renúncia seja inimiga,
como se o pensamento em musculação
imune se tornasse a qualquer intriga.
Imbricações do amor com mero desejar
atentam contra a vida, e este atentato
suprime o que é sensível e demanda tato;
dever com corpo alheio de quem permaneça
precisa ser carinho antes que seja sexo,
em prol do espontâneo que nasce a cada gesto.