«os silêncios»

Quando no olhar da gente, a gente sente

que vislumbra a eternidade num segundo,

é que a gente se dá conta, de repente,

dos "assombrosos silêncios" deste mundo.

E quando, no silêncio, um som estridente

e atroz, que tergiversa sim o não rotundo,

melhor fora que desejasse estar ausente

ou num buraco negro bem profundo.

Fora só a voz da pele, a que pressente

que o instante é um ventre infindo e fundo...!

Fora só sereno e longo, e toda a gente

calaria a voz própria, pois mais fecundo

é o pulsar mudo do grito, na mão-semente

que o rasgar fácil da terra, no roubo imundo.

Teresa Teixeira/Sfich

sfich
Enviado por sfich em 16/08/2016
Reeditado em 05/01/2017
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