«os silêncios»
Quando no olhar da gente, a gente sente
que vislumbra a eternidade num segundo,
é que a gente se dá conta, de repente,
dos "assombrosos silêncios" deste mundo.
E quando, no silêncio, um som estridente
e atroz, que tergiversa sim o não rotundo,
melhor fora que desejasse estar ausente
ou num buraco negro bem profundo.
Fora só a voz da pele, a que pressente
que o instante é um ventre infindo e fundo...!
Fora só sereno e longo, e toda a gente
calaria a voz própria, pois mais fecundo
é o pulsar mudo do grito, na mão-semente
que o rasgar fácil da terra, no roubo imundo.
Teresa Teixeira/Sfich