PROFANA
Lá vai a mesma hipócrita regar as plantas,
Sempre no mesmo horário, à luz do sol amena...
E o povo é quem se ilude ao vê-la na novena
Orando pra Jesus, se ajoelhando às Santas.
E é isto que ela faz, todos os dias canta
De sete a dez louvores, só se cala rouca...
Mais tarde vem cuspir o mal por sua boca
E falso testemunho contra o irmão levanta!
Já eu nem vou à missa, nem frequento a igreja,
Mas qual a boca dela a minha não despeja
Tanto rancor, às cegas da humanidade.
Lá vai ela, lá vai, com vestidão nos pés,
Pregar pra gerações... tornar tredos fiéis...
Oh, Deus! Estende a mão! Oh, Deus! Tens piedade!