SONETO EM DOR MAIOR

Eu sou a peregrina da tristeza,

na procissão das horas da saudade,

que andeja pelas ruas da incerteza,

no entardecer envolto em soledade,

sem cantos, sem andor, sem vela acesa,

somente o véu da noite por piedade;

sem Deus, santo refúgio e fortaleza,

sem fé, sem oração, sem santidade,

tangida por insana persistência,

gritando por teu nome, porta em porta...

Ninguém responde à voz exangue e rouca.

Eu sou a dor maior, dor sem clemência,

que arrasta uma esperança semi-morta...

Eu sou a peregrina errante e louca!

(in Sonetos em Dor Maior)

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 01/07/2016
Reeditado em 01/07/2016
Código do texto: T5684561
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