TEMPO BREVE
E passa o tempo, passa a vida e o fim acena,
a quem ousou crer no infinito do caminho.
Tudo é momento, esta jornada é tão pequena...
Mas é tão longa ao que a percorre sem carinho.
O sol... A lua... E se repete a mesma cena...
O encanto, o riso, o pranto... A rosa e seu espinho...
A enxerga estéril... O leito envolto em açucena...
A mão fraterna... E o egoísmo vão, daninho.
E passa o tempo, passa a vida... Em passo breve
sempre há percalço, desencontro... E o fado escreve
a regra austera desse jogo de xadrez,
onde findamos, todos nós, na mesma caixa,
que num minuto em xeque-mate à terra baixa...
E em pedra fria, a lenda nasce: era uma vez!
Iin SONETOS EM DOR MAIOR)