Soneto 102
Soneto 102
Perdi muitos anos, foram amargos
e em meu peito cresceu nefasto monstro
cuja face real a ninguém mostro
total desprezo aos cínicos afagos.
Com sofrimento são raros pecados
atolam na lamúria de um cru encosto
as lembranças torturam em desgosto
como caminho explícito de errado.
E transpasso da morte escuro vale
meu ritual necromântico ama a Kali
vivo e quem hoje está torna um cadáver.
O final organiza o caos do cosmo
mas sempre haverá o perdido, o pasmo
para comprometido é à morte dever.
09/06/2016