soneto 101
Soneto 101
Duro outono o cerrado, frio, chuva
na folha maltratada a poeira seca
no rancho, o velho toca uma rabeca
veste a desolação, nociva luva.
Espumas os ribeiros água turva
no lamento a roceira chora e peca
lascivo amor, lembrança e alma sapeca
chora velha paixão hoje viva.
Outono: desfolhante nostalgia
das vidas solitárias, noite fria
desesperado ao vento o pranto meu.
Cantam tristes os pássaros no morro
suplicam as paixões mortas, socorro
no outono, além das folhas perecem
04/06/2016