soneto 20
Soneto 20 - Semear
A pequena semente preta e dura
na mão suja de terra e calejada
que fecunda o solo com a enxada
e livrando a alma de toda amargura.
O solo bruto aberto (vida pulsa)
à lâmina, à terra, ao corte, à vida
água na terra (que fértil intrusa)
arbustos à cova, guarda mantida.
A testa branca, costas fortes lisas
suor do corpo quente intenso mina
mesmo na fria bucólica brisa.
Virá, um dia, do chão que à vida come
imensa árvore cuja doce sina
é prosperar fecundo a todo nome.
25/05/2015