soneto 06

Soneto 06

Na pulsante e febril sanguínea ferida

do peito abatido e canceroso  agonizante

após poucos instantes uma vida condoída

do modo etéreo,  translude o amante.

Poucos,  ah,   Poucos!  De coração sempre loucos

cantando na barca de navegador Caronte,  o rouco

serpenteando pelos ares a fumaça opaca

daquele cuja vida encena pura bravata.

Encerramos aqui o capitão destino

marasmo ácido da doce vida velha

nova  em maldição,  tal qual eterna centelha.

Mesmo os desiludidos desde menino

a ancorar a alma no mundo da amargura

possam também eles amar sem censura.

17/02/2015

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Leandro José Ferreira
Enviado por Leandro José Ferreira em 29/05/2016
Código do texto: T5650730
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