Semente de mulher
Oh, pétala de rubro sangue, encardida
Fincada no regaço deste árido chão
O esmalte da tez na madrugada invadida
A ferro marcou meu escarlate coração
Face a era inacabável nas insígnias do dia
Sobre a radiosa luz que te regara o pranto
Posta a pétala ao chão, cama dura e vazia
Entre fendas precárias jaz inerte teu canto
Subitamente renascerá, simplória e terçã
Encorpada e lânguida no envolto do manto
Embebendo em aromas a fulgurosa manhã
Tens já a força frívola de romper a tolher
Na razão descabida d´um obscuro recanto
Brota da luz e da lágrima a majestosa mulher
Carlos Roberto Felix Viana