Semente de mulher

Oh, pétala de rubro sangue, encardida

Fincada no regaço deste árido chão

O esmalte da tez na madrugada invadida

A ferro marcou meu escarlate coração

Face a era inacabável nas insígnias do dia

Sobre a radiosa luz que te regara o pranto

Posta a pétala ao chão, cama dura e vazia

Entre fendas precárias jaz inerte teu canto

Subitamente renascerá, simplória e terçã

Encorpada e lânguida no envolto do manto

Embebendo em aromas a fulgurosa manhã

Tens já a força frívola de romper a tolher

Na razão descabida d´um obscuro recanto

Brota da luz e da lágrima a majestosa mulher

Carlos Roberto Felix Viana

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 28/05/2016
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5650169
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