Soneto 68
Soneto 68
Meu viver se consumiu neste escuro
as faces rubras no cândido agora
no peito pulsa sangue cor de amora
o rosto possesso da sorte um duro.
Existência de calos me apavora
dos montes e lagos hoje eu maduro
abandonei-lhe ao nada e me concluo
no alívio desesperador à hora.
E desde então sou perdido um cachorro
do destino a essa luta não sou grato
muito menos sofro ou imploro socorro.
No jogo da vida há muito só empato
ao mesmo tempo em tal celeuma eu morro
e me fecho: aqui desilusão é mato.
18/04/2016