Soneto 68

Soneto 68

Meu viver se consumiu neste escuro

as faces rubras no cândido agora

no peito pulsa sangue cor de amora

o rosto possesso da sorte um duro.

Existência de calos me apavora

dos montes e lagos  hoje eu maduro

abandonei-lhe ao nada e me concluo

no alívio desesperador à hora.

E desde então sou perdido um cachorro

do destino a essa luta não sou grato

muito menos sofro ou imploro socorro.

No jogo da vida há muito só empato

ao mesmo tempo em tal celeuma eu morro

e me fecho: aqui desilusão é  mato.

18/04/2016

Leandro José Ferreira
Enviado por Leandro José Ferreira em 26/05/2016
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