Soneto 72
Soneto 72
Brilha o sol e do mundo a vida aquece
flores, bichos, do existir a cadeia
e, homem, sou de alma vazia ou meio cheia
viver é círculo mas só existe esse.
Na luta diária o clamor: vive-se
quem a vence toda não aceita meia
a plenitude é utopia e serpenteia
se habita as alturas amanhã desce.
Ao navegar a vida numa bóia
pedras a furam e ao fundo vão as jóias
as águas cruéis repudiam ao medo.
Finitas e turvas as águas da vida
alegre mas triste, bela e sofrida
ela acabará em nada, tarde ou cedo.
22/04/2016