O Velho Poeta

O estro, por vezes mui indolente,
Por outras até indomável, do poeta,
Ora distrai, ora trás o pendor d’esteta,
Já em espera, no advento do poente.

Não é, porém, de todo indiferente,
Ao sopro da inspiração, assaz seleta,
Muito embora não mais aprecie meta,
Empurra-lhe o costume à letra fremente.

E a despeito do ocaso, inda é contente,
Se a alvura macula ao deslizar da pena,
Conferindo forma ao poema no papel...

Pois dentre tudo que su’alma inda sente,
Nada lhe emprestaria alegria mais plena,
Que os versos que o enviam a ledo céu...

Alzx©
Alexandre J de A Gomes
Manhuaçu, MG, 27 de abril de 2016
Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 27/04/2016
Reeditado em 27/04/2016
Código do texto: T5617868
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