Saudade IX
Quando as lembranças entram-me pela aorta,
Numa agressão cardíaca e louca,
Sinto um sabor de vômito na boca
E uma desesperança absorta.
Nada a minha alma tanto desconforta,
Numa estaticidade fria e mouca,
Já que a saudade nunca em mim é pouca,
Cindi-me a carne como a espada corta.
Sou uma folha seca no riacho,
Levado pela força d’água abaixo,
Ao sabor do remanso e tempestade
Padecendo um contraste de emoção:
Sei que saudade não tem coração,
Mas quem tem coração tem saudade.
Aracaju Sergipe, 02/04/2016.