Degredo

No ombro extenuado do solo penso
Arrasta-se a multidão, vai desvairada,
Desgraçadamente presa, arraigada
A processo mui obscuro e extenso.

Mais leve que a despedida d’alvo lenço
Adeja a gaivota... alva... alheada...
Risca incisões no céu de tez desbotada,
Grava sinais d’angústia no véu suspenso.

Das vagas a avidez de furor imenso
Aporta à terra tristonha, desalentada,
Tombada por iniquidade desprezível...

E o ser de olhar irascível e pretenso
Sopra forte a cupidez esfomeada
No seio duma nação irreconhecível...

 
Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 05/04/2016
Reeditado em 08/04/2016
Código do texto: T5595979
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