À Vossa Excelência...
Não vos posso dizer sem comoção
O quanto dói em mim o desamparo,
Escancaradamente claro,
D'um povo de tão lhano coração.
Não imaginar-vos-ia probo,
Tampouco o populacho precatado,
Abstraído nos ardis do desenfado
Desapercebe-se d’olhar de lobo.
Não seduziu-me vosso ludibrio,
Em tempo algum embaciei meu brio
Por obséquio à vossa cupidez.
Das vossas estúrdias eu não rio,
Pranteio antes o colossal desvario
Do carrossel geral da insensatez.
Não vos posso dizer sem comoção
O quanto dói em mim o desamparo,
Escancaradamente claro,
D'um povo de tão lhano coração.
Não imaginar-vos-ia probo,
Tampouco o populacho precatado,
Abstraído nos ardis do desenfado
Desapercebe-se d’olhar de lobo.
Não seduziu-me vosso ludibrio,
Em tempo algum embaciei meu brio
Por obséquio à vossa cupidez.
Das vossas estúrdias eu não rio,
Pranteio antes o colossal desvario
Do carrossel geral da insensatez.